15 agosto 2015

Linha tênue entre erro e acerto

    
   Para alguém que sempre se
confinou no próprio mundinho, o medo me colocou em uma bolha, o  medo do futuro, da vida e até da morte. Medo de não dar certo e até medo de dar, medo de se expor demais, de alguém prestar atenção, de alguém notar esse buraco negro dentro de mim. Medo da intimidade e da solidão, medo de abrir mão do controle.
   Uma hora cansa, as vezes não vale a pena imaginar todos os cenários possíveis só para se persuadir a não correr nenhum risco, alguns riscos são sim, necessários, mesmo se vão trazer consigo algum arrependimento.
    Espero que algum dia o peso do futuro pare de me sufocar, e que o passado fique onde pertence. Não temer a vida ou a morte e aceitar a vida como ela é. Me repreendo por querer demais, já que nada parece ser suficiente, nada supre essa necessidade de ter tudo e ver tudo.
    Nada em excesso é bom, nem o otimismo nem o pessimismo, é necessário ser pé no chão e é necessário ter algumas ilusões para continuar vivendo, aprender a não guardar rancor mas
também não confiar inteiramente em pessoas que já te magoaram. Parece que a vida é uma linha tênue entre tristeza e felicidade, entre erro e acerto. 
   Parece até que nada muda, que a rotina traça o seu destino até o fim, mas de vez em quando, aparece alguém diferente, alguma coisa muda, você muda de perspectiva, então de repente a vida deixa de ser tão tediosa, a segunda feira já não parece tão ruim, e você não precisa mais de incentivos diários para sobreviver o mês.
   Cansei de esperar por algo que parecia nunca vir, odiava a frase ''o amor vem para os distraídos'', meu amigo, mais distraída que eu não tem; nem é amor que eu queria, eu queria mudança, descobrir algo novo, eu queria um descanso de sentir que minha vida não me pertencia.
     Então decidi mudar o rumo e criar coragem, não dá para
abrir feridas o tempo todo, sempre esperar que outra pessoa tome a iniciativa, criar desculpas e adiar tudo até que um dia, não vai ter mais tempo.
   Eu tô cansada de esperar, então vê se aparece, enquanto isso eu toco minha vida, e vou dançando sozinha nos cacos de vidro, que eu mesma quebrei. Tô melhor assim, fechei as portas que não me levariam a lugar nenhum e larguei mão de fazer escolhas baseadas no conforto, não sei se tomei a decisão certa e pouco me importa, nem tudo precisa de conserto ou explicação.
  G.B

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